sexta-feira, 16 de março de 2012

Esclarecendo dúvidas, formuladas até o verão de 2012


I – Por que o Projeto intitula-se “Escrileituras”?

1) A leitura que merece essa denominação é sempre uma escritura; ou seja, uma escrita singular de escritor.
2) Portanto, trata-se de uma escrileitura autoral; que não é possível imitar, salvo como pastiche.
3) O Projeto opera, assim, com leituras férteis e escrituras inspiradoras, agitadoras de ideias e impulsionadoras de experimentações.
4) Logo, movimenta leituras e escrituras, que não podem funcionar como modelos de leitura ou métodos de escrita.

5) Escrileituras, que são avaliadas somente por sua capacidade de traduzir acontecimentos; produzir efeitos artistadores; transformar forças em novas maneiras de ser; engendrar diferentes práticas de educar e revolucionárias formas de vida.

II – Como são tratados os textos no Projeto “Escrileituras”?

1) Os textos não são tratados como objetos estáveis ou estruturas delimitadas; não apresentam limites definidos nem são entidades fechadas; não têm significações determinadas nem significados fixos; não possuem hierarquias de níveis e sequencias nem começo ou fim; não têm um único centro, essência ou significação unívocas nem possibilitam recursos ao autor ou à última palavra.
2) São textos abertos, plurais e dispersos, polissêmicos e difusos, experimentais e ambíguos, que carregam galáxias de sentidos, tramas de códigos e processos fragmentários; que se espalham por outros textos, aglutinados em sua vizinhança e geram outras perspectivas.
3) Os textos considerados mais interessantes não são os que podem ser lidos; mas aqueles que são redigíveis (scriptible).
4) Textos escrevíveis, que estimulam os participantes do Projeto a modulá-los; a produzir um jogo semi-arbitrário de interpretações e de avaliações; e traduzi-los para áreas e discursos diferentes.
5) Por meio desses textos, os participantes passam do papel de consumidores para o de produtores críticos, que podem abrir e criar o seu próprio texto.
6) Todos os textos escritos e lidos, no espaço-tempo do Projeto “Escrileituras”, são tecidos em regime de intertextualidade; isto é, a partir não da influência convencional de outros textos, mas na direção radical de que cada palavra, frase ou parágrafo é trabalho feito sobre, entre e com outros textos, que antecedem ou cercam aquele que está sendo lido e escrito.

7) A literatura do Projeto é, assim, concebida como um espaço livre; no qual, as escrileituras movimentam-se como atos intransitivos, sem forma ou conteúdo específicos, mas dotadas de finalidade e de paixão em si mesmas.

por Sandra Mara Corazza

segunda-feira, 5 de março de 2012

Bolsista do projeto "Escrileituras" apresenta trabalho em Havana, Cuba.


Trabalho de professora da Educação Básica, Janete Marcia do Nascimento, bolsista do projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, foi apresentado em Cuba, no 8º Congreso Internacional de Educación Superior - Universidad 2012 em Havana, 13 a 17 de fevereiro  (http://www.abruc.org.br/sites/500/516/00002165.pdf). A apresentação do trabalho intitulado "Formação de professores e cultura letrada - escrilendo vidas reais no universo do ensino superior", oportunizou, nas palavras da professora, "uma experiência ímpar! Conhecer outro país, com cultura, história, economia e organização tão adversas ao já conhecido por nós, brasileiros, foi, de fato, espetacular. Nosso trabalho foi apenas um, dentre os quase 3.000 inscritos na mesma modalidade - comunicação oral, que foi apresentado e questionado pelos ouvintes por sua singularidade: discutir a importância da leitura e da escrita desde os anos iniciais da educação escolar até o ensino superior, focando a praxis educativa, sob a ótica da filosofia da diferença, à luz do projeto de pesquisa Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida. Projeto do qual faço parte como bolsista pesquisadora desde o início do ano de 2011. Como diz a coordenadora do núcleo de Toledo - Professora Dra Ester Maria Dreher Heuser: "Fui a primeira a levar o Escrileituras para o exterior" - Mas levei também todos os acadêmicos, futuros e já educadores que nós, docentes do ensino superior, ajudamos a formar todos os dias, seja na Unioeste, ou no CTESOP".